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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

Técnicas imunológicas aplicadas na análise clínica

Ana Carolina Terra Mercadante

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Fonte: Shutterstock.

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sem medo de errar

Para que você possa esclarecer a dúvida de seu colega de equipe, lembre-se de que, apesar da alta sensibilidade e especificidade dos testes de imunodiagnóstico e de sua ampla utilização na clínica, existem fatores inerentes à própria amostra que podem influenciar os resultados. A proporção de anticorpos e antígenos, por exemplo, deve ser equivalente, sob o risco de ocorrerem resultados falsos negativos relacionados ao efeito prozona. Outro fator que também influencia na ocorrência de resultados falsos é a presença de anticorpos heterofilos, consequência da ativação policlonal de linfócitos B em alguns quadros inflamatórios. É comum que esses anticorpos façam reações cruzadas entre antígenos, isto é, reconheçam um antígeno para o qual não foram especificamente produzidos, mas que possui epítopos similares a eles. A presença desses anticorpos pode gerar resultados falsos positivos. 
Se levarmos em consideração que a paciente não apresentou nenhum sintoma relacionado à infecção pelo SARS-CoV-2 e, após 14 dias do primeiro teste, não foi detectada a presença de marcadores sorológicos, podemos considerar o primeiro resultado como falso positivo. É provável que tenha havido uma reação cruzada de anticorpos da paciente com antígenos utilizados no primeiro teste.

Avançando na prática

Focando em resultados verdadeiros

Os critérios e procedimentos para a doação de sangue no Brasil, definidos pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, visam atenuar as possibilidades de transmissão de patógenos infecciosos nos hemocomponentes que são transfundidos. Todo o processo pode ser dividido em etapas que vão desde a captação do doador até a transfusão de sangue ao receptor. Uma das etapas mais importantes de todo o processo refere-se à triagem sorológica, que busca evitar infecções por vários agentes etiológicos e consiste na realização de testes imunohematológicos, sorológicos e complementares, como o teste de ácido nucléico (NAT). 
Baseado nesse cenário, imagine-se como o responsável técnico do laboratório de sorologia do banco de sangue de sua cidade. Você acabou de receber um novo teste do tipo ELISA (enzyme-linked immunosorbent assay) para a triagem de amostras HIV positivas. Utilizando o limiar de reatividade proposto pelo fabricante, o teste apresenta 96% de sensibilidade e 95% de especificidade. Sabendo que em bancos de sangue a sensibilidade do teste deve ser máxima a fim de excluir amostras falsas negativas, como você adequaria esse teste para a utilização em seu laboratório?

Para resolver essa questão é importante lembrar que o limiar de reatividade de um teste não é fixo. Ele pode ser alterado para melhor se adequar ao objetivo do laboratório onde é utilizado. No caso dos bancos de sangue, devemos evitar ao máximo resultados falsos negativos, ou seja, amostras positivas para uma condição, como HIV, por exemplo, que foram classificadas como negativas pelo teste, elevando o risco de transfusão de sangue contaminado. Assim, deve-se primar pela sensibilidade. Se pensarmos que, quanto maior a sensibilidade do teste, maior o seu poder para detectar a condição ou doença, teremos um número quase inexistente de resultados falsos negativos. 
Para melhorar a sensibilidade do teste que tem nas mãos, você deverá deslocar o limiar de reatividade indicado pelo fabricante para a esquerda, diminuindo o valor de corte entre a população saudável e a população doente. Com isso, você terá um teste com sensibilidade máxima. Mas atenção: esse deslocamento não altera a eficiência geral do teste, pois haverá uma perda, mesmo que aceitável para o seu tipo de laboratório, na especificidade. Isso levará a um aumento no número de resultados falsos positivos. É exatamente por isso que os bancos de sangue devem ter um serviço de acompanhamento dos doadores, a fim de confirmar os resultados que tenham dado positivo. 

Bons estudos!

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