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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

RESPOSTA IMUNE CONTRA TUMORES

Ana Carolina Terra Mercadante

Fonte: Shutterstock.

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sem medo de errar

Para explicar corretamente esses resultados, você deve se lembrar do conceito de imunoedição tumoral. De acordo com ele, a resposta imunológica de um indivíduo exerce uma pressão seletiva sobre as células tumorais, o que favorece o crescimento daquelas capazes de evadir o sistema de defesa. Ou seja, ao eliminar as células tumorais imunogênicas, aquelas que não o são acabam proliferando mais e se tornam predominantes na massa tumoral. Se nos voltarmos para o experimento, podemos inferir que o tumor crescido em um animal imunocompetente sofreu a imunoedição, de modo que, no tumor transplantado para o outro animal, só havia variantes pouco imunogênicas, capazes de evadir o sistema imunológico. Já o tumor proveniente de um animal imunossuprimido não passou por esse processo devido à falta de uma resposta adaptativa que fizesse tal seleção. Assim, as células do tumor transplantado ainda apresentavam grande imunogenicidade, tornando mais fácil sua eliminação por parte do sistema imune do hospedeiro para o qual foram transferidas.

Avançando na prática

Uma dúvida interessante

Imagine que você, já formado, está trabalhando como professor de Imunologia Clínica de uma grande universidade. Após uma aula sobre imunologia tumoral, você foi abordado por um aluno que trazia uma reportagem dizendo que um idoso, de 61 anos e diagnosticado com um tumor linfático de Hodgkin, entrou em remissão após ser internado com COVID-19. Ainda de acordo com a reportagem, o paciente relatou que seu tumor estava em estágio avançado, mas como tinha testado positivo para o vírus SARS-CoV 2, não pôde receber as medicações para o tratamento do tumor. O paciente ficou hospitalizado por 11 dias, sendo tratado apenas para a infecção viral. Seu aluno então questionou se o vírus estaria matando o tumor ou se existia outra explicação para o caso observado. Com base no que estudou nesta seção, o que você diria a seu aluno?

De acordo com o que sabemos sobre o novo coronavírus, ele não é capaz de matar células tumorais. Logo, a explicação mais plausível para o caso relatado na reportagem é que a inflamação induzida pelo vírus foi capaz de ativar o sistema imunológico do paciente, que respondeu contra o tumor. Você pode dizer que a inflamação iniciada pela infecção viral serviu como um despertador capaz de “acordar” o sistema imune do paciente, que provavelmente já havia sido evadido pelas células do tumor.

Bons estudos!

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