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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

Imunologia dos transplantes

Ana Carolina Terra Mercadante

Fonte: Shutterstock.

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sem medo de errar

Para responder corretamente a essa questão, você deve se lembrar de que os genes mais importantes na determinação da compatibilidade entre os indivíduos são os que codificam os antígenos leucocitários humanos. O HLA é poligênico: existem três genes para codificar proteínas de classe I, os genes A, B e C, e três genes para as proteínas de classe II, os genes DQ, DR e DP. Os genes também são altamente polimórficos e expressos em codominância. Todos estão localizados no cromossomo 6 e, por estarem ligados, são passados em conjunto (A, B, C, DR, DQ e DP), de modo que o indivíduo recebe um haplótico (conjunto) do pai e outro da mãe. Como essa distribuição é aleatória na hora da formação dos gametas e existem várias combinações possíveis, não é estranho que haja irmãos com HLA diferentes entre si e, portanto, não compatíveis.

Avançando na prática

Uma incompatibilidade natural

Imagine que você, já formado, está trabalhando no laboratório de Histocompatibilidade da sua cidade, onde são realizados os exames de compatibilidade para transplante renal entre pessoas vivas. Certo dia, uma mulher, com cerca de 35 anos de idade, acompanhou a mãe, que era paciente renal crônica, na realização de exames para determinar se poderia doar um rim a ela. Alguns dias depois, ao receber o resultado de incompatibilidade tanto no exame de PRA quanto na prova cruzada, a mulher se mostrou surpresa, pois imaginava que seriam compatíveis justamente por serem mãe e filha. Como você explicaria a ela a incompatibilidade observada?

Para você explicar corretamente à mulher o motivo disso, deve dizer que a base genética da compatibilidade entre os indivíduos são os genes que codificam os Antígenos Leucocitários Humanos. Cada indivíduo herda um conjunto de genes HLA do pai e da mãe e os expressa em suas células. É comum que, em casamentos não consanguíneos, o conjunto HLA de um casal seja diferente. Dessa forma, metade das moléculas HLA de qualquer filho desse casal será diferente de um dos parentais. No referido caso, como o exame de PRA, que determina se um indivíduo possui anticorpos anti-HLA no soro, foi incompatível, suspeita-se que a mãe, durante a gravidez, pode ter gerado esses anticorpos contra o HLA paterno presente nas células da filha, impossibilitando, assim, o transplante entre elas.

Bons estudos!

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